O funcionamento do organismo para que seja adequado, necessita que todas as células realizem as suas funções de modo correto para prevenir e/ou caso seja necessário, eliminar invasores ou reconstruir lesões no organismo.
A vida moderna, frequentemente associada a elevados níveis de stress, uma alimentação desequilibrada, um ambiente poluído impregnado de substâncias tóxicas, uma programação metabólica em défice, além de certos danos físicos, traumas ou infeções por microrganismos exógenos, induzem no organismo uma resposta.
Esta resposta fisiológica é considerada uma resposta imunitária não especifica e constitui a primeira defesa do organismo diante de uma invasão – esta é a resposta inflamatória. O objetivo é o de neutralizar os agentes patogénicos, proporcionar uma barreira física para evitar a propagação da infeção e reparar os tecidos danificados assegurando, desta forma, a sobrevivência do organismo (RANG et al., 1997), (Heras e Hortelano, 2009).

O processo inflamatório divide-se em padrões agudo e crônico.
O padrão inflamatório agudo consiste na primeira linha de defesa do organismo contra o agente agressor e começa de maneira abrupta e precoce, sendo caracterizado por três eventos principais, mediado por moléculas solúveis ou por células do sistema imune:
- vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo local manifestando calor e rubor;
- aumento da permeabilidade vascular, conduzindo ao extravasamento de proteínas e de leucócitos para o espaço extravascular e subsequente formação de edema;
- libertação de mediadores pró-inflamatórios (histamina, prostaglandinas e citoquinas, entre outros) que provocam dor.
Sem a inflamação, a sobrevivência não é possível; mas, a inflamação pode tornar-se lesiva, quando se torna crónica. A inflamação crónica é o tipo de inflamação que perdura por longo tempo, não sendo visíveis os sinais de inflamação como dor, edema, rubor, calor e perda de função (WEBSTER, 2003). Doenças consideradas como tendo origem imunológica, como a febre reumática, artrite reumatoide e lúpus eritematoso, estão associadas a reações inflamatórias que aparentemente não trazem nenhum benefício, ao contrário causam lesões (KATSUNG, 1998).
A inflamação crônica é assim, caracterizada pela presença contínua de citocinas pró-inflamatórias por meio do aumento do fluxo sanguíneo durante a lesão tecidual, como consequência da liberação de histamina pelos mastócitos danificados, e é conhecido por desempenhar um papel importante no desenvolvimento de doenças cardiovasculares ( DCV) e mortalidade associada.